ADENE

Matérias-Primas Críticas em debate em Aljustrel

A Conferência “Matérias-Primas Críticas na Era da Transição Climática”, realizada a 25 de outubro, em Aljustrel, trouxe para o centro do debate o uso de matérias-primas essenciais e o seu fornecimento.

Organizada pela Empresa de Desenvolvimento Mineiro, em conjunto com a ADENE, a Direção-Geral de Energia e Geologia e o Laboratório Nacional de Energia e Geologia, I.P., a conferência contou com a participação de especialistas de diversas áreas, representantes do meio empresarial, associativo e académico, que abordaram o tema da sustentabilidade na extração e uso de matérias-primas críticas, fundamentais ao desenvolvimento de tecnologias para a transição energética, climática e digital.

A sessão de abertura contou com a presença de Ana Fontoura Gouveia, Secretária de Estado da Energia e Clima, referindo na sua intervenção que a estratégia nacional para as matérias-primas críticas passa por conhecer os recursos de que dispomos e assegurar uma mineração ambientalmente sustentável. A valorização dos recursos é outra mais-valia da estratégia, afirmando que a Europa está particularmente vulnerável no que respeita às matérias-primas críticas e reforçou que não teremos transição climática sem estas matérias.

Nelson Lage, Presidente da ADENE, deu nota das instalações do Centro de Receção e Acolhimento do Parque Mineiro de Aljustrel onde se realizou o evento, como um ótimo exemplo de recuperação ambiental e patrimonial desta zona mineira. Ressaltando o papel absolutamente primordial das matérias-primas na transição energética e digital, Nelson Lage explica “Sem estas matérias-primas não teremos painéis solares, turbinas eólicas, bombas de calor, baterias ou semicondutores.”

Carlos Teles, Presidente da Câmara Municipal de Aljustrel, Teresa Ponce de Leão, Presidente do Laboratório Nacional de Energia e Geologia e Jerónimo Cunha, Diretor-Geral de Energia e Geologia, também estiveram na sessão de abertura, referindo a importância da discussão em torno das matérias-primas críticas.

Aurela Sthiza, da Industrial Minerals Association – Europe, Keynote Speaker com o tema “Proposta de Lei Europeia sobre matérias-primas críticas”, deu o mote para os dois painéis de discussão que se seguiram: “O contributo das matérias-primas críticas para a transição energética global” e a “A circularidade: da extração à reciclagem”.

O encerramento da sessão ficou a cargo de Joaquim Góis, Professor da FEUP – Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e Representante da Ordem dos Engenheiros, que deixou o desafio a todos os participantes “de estender a comunicação e iniciativas para um público mais geral. Falta aumentar junto da opinião pública a perceção sobre estes temas assim como alertar para a utilização de recursos materiais, nomeadamente as matérias-primas críticas.” 

Já a Vice-Presidente da ADENE, Ana Paula Rodrigues, salientou que “para ultrapassar esta crise, é urgente eliminar os riscos das cadeias de abastecimento e criar condições para que a Europa passe a ter maior autonomia na produção de matérias-primas críticas, garantindo uma cadeia de abastecimento segura e sustentável, por forma a garantir uma transição energética e climática sem mais sobressaltos.”

Também para Gonçalo Rocha, Presidente da EDM – Empresa de Desenvolvimento Mineiro “atravessamos um momento extremamente importante de transição para fazer face a um conjunto de crises: energética, climática, económica e de paz. Dos vários documentos lançados pela União Europeia, as matérias-primas críticas revelam-se como um passo fundamental para impulsionar essa transição e aumentar o processo de descarbonizção, estando sempre conscientes de que o devemos fazer com os mais altos padrões de exigência ambiental e social, como a EDM tem feito ao longo da sua intervenção de remediação ambiental e valorização do conhecimento geológico, de que Aljustrel é exemplo.”

No final da conferência, os oradores e participantes tiveram a oportunidade de realizar uma visita guiada ao Centro de Receção e Acolhimento do Parque Mineiro de Aljustrel que será inaugurado ao público a 4 de dezembro e onde puderam conhecer mais sobre a história mineira da região. Foram ainda visitar a Galeria de Aljustrel, tendo a possibilidade de observar de perto a singular palete de cores que se espalham pelas rochas das Minas de Aljustrel e que as tornam tão características e únicas em Portugal.