A Agência Internacional de Energia (AIE) reconheceu Portugal como modelo a seguir na implementação dos Certificados de Desempenho Energético (EPCs) durante a 9.ª Conferência Global Anual sobre Eficiência Energética, realizada em Nairobi, Quénia, entre 21 e 22 de maio.
O Kit de Ferramentas de Política de Eficiência Energética 2024 da AIE, entregue no encontro de Nairobi, destaca os Certificados Energéticos, geridos pela ADENE, como de alto nível. Segundo esta Agência, o modelo português demonstra o valor dos certificados energéticos como ferramentas de incentivo à eficiência energética, porque promovem reformas que economizam energia e reduzem os custos.
Portugal esteve assim em destaque na Conferência sobre Eficiência Energética, que reuniu destacados líderes governamentais, empresas e sociedade civil de todos os continentes e que contou com a presença do Presidente da ADENE, Nelson Lage, em representação do Governo Português.
Na reunião ministerial de Alto Nível, desta quarta-feira, 22 de maio, o Presidente da ADENE destacou a importância da transição energética para a Europa e para o mundo, numa altura em que “vivemos um momento crucial da nossa história, onde as escolhas que fizermos hoje vão definir o futuro das nossas sociedades e do planeta”.
Perante uma plateia de líderes globais, Nelson Lage apelou à necessidade de coordenar esforços a nível internacional, mas sublinhando que a “Europa tem a responsabilidade de liderar o mundo na luta contra as alterações climáticas, equilibrando objetivos ambientais com a segurança de abastecimento, através do reforço de produção das energias renováveis e da promoção da eficiência energética”.
Só o investimento em melhorias na eficiência energética, permitirá alcançar os objetivos climáticos, reforçar a segurança energética, criar empregos, impulsionar o crescimento económico e melhorar a qualidade de vida dos cidadãos em todo o mundo. Dando o exemplo europeu, o responsável da Agência para a Energia, destacou o “Pacote Fit for 55, que introduziu um conjunto abrangente de medidas em áreas cruciais como energia, transportes, indústria e construção para garantir que os Estados-Membros transpõem e cumprem toda a legislação necessária para alcançar uma redução líquida de pelo menos 55% nas emissões de gases com efeito de estufa até 2030 e neutralidade carbónica até 2050”.
Nelson Lage sublinhou, igualmente, que “Portugal já apoia o desenvolvimento de soluções diversas e complementares, como o biometano, o hidrogénio verde, a energia eólica offshore e a energia solar fotovoltaica” e que o nosso país “está firmemente empenhado em garantir uma transição energética justa e sustentável, onde a eficiência energética deve ser um pilar fundamental desta transição, garantindo a competitividade, mas também abordagens centradas nas pessoas”.
A 9.ª Conferência Global Anual sobre Eficiência Energética, foi realizada pela primeira vez no continente africano, tendo como objetivo principal acelerar a ação política em matéria de eficiência energética. O ponto alto deste encontro foi a reunião ministerial de Alto Nível, liderada pelo Diretor Executivo da Agência Internacional de Energia, Fatih Birol, e que contou com a participação do Vice-Presidente do Quénia, Rigathi Gachagua, da Comissária Europeia da Energia, Kadri Simson, e da Comissária para as Infraestruturas e Energia da União Africana, Amani Abou-Zeid.






