Page 20 - Plano de Atividades e Orçamento (PAO) 2025
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PIB e componentes da despesa em termos reais (%)    2024      2025      2026      2027
                Importações de bens e serviços                       4,0       4,5       4,6       3,1
                Evolução dos preços                                  2,9       2,6       2,5       2,3
                Índice harmonizado de preços no consumidos (IHPC)    2,5       2,1       2,0       2,0

               Pela relevância para a atividade e orçamento da ADENE importa verificar quais as
               tendências  da  atividade  económica  dos  setores  da  energia,  da  construção  e  do
               imobiliário nos próximos anos.

               As previsões macroeconómicas do Banco de Portugal  destacam que a Formação Bruta
                                                                      4
               de Capital Fixo (FBCF) deverá crescer 3,3% em 2024, 6,1% em 2025 e 5% em 2026,
               beneficiando dos fundos europeus e da melhoria gradual das condições financeiras. Em
               2024,  a  aceleração  da  FBCF  decorre  essencialmente  do  investimento  público
               (favorecido por recebimentos de fundos europeus, com destaque para os ligados ao
               Mecanismo  de  Recuperação  e  Resiliência)  cujo  crescimento  será  menor  nos  anos
               seguintes. A restritividade das condições de financiamento criou constrangimentos às
               empresas, embora não muito significativos, num quadro de maior utilização de fundos
               gerados internamente. A dissipação progressiva destes constrangimentos e o impacto
               da maior execução de projetos associados a fundos europeus, implica uma aceleração
               do  investimento  empresarial  para  taxas  de  variação  mais  compatíveis  com  a  sua
               elasticidade histórica face à atividade. O investimento em habitação deverá registar
               uma queda ligeira em 2024, num contexto em que o setor da construção continua a
               ser  afetado  por  limitações  no  acesso  a  mão  de  obra  e  em  que  as  condições  de
               financiamento permanecem restritivas. A dissipação destes efeitos e a manutenção de
               uma situação  favorável do mercado  do  trabalho  deverá  permitir uma recuperação
               desta componente em 2025–2026. Similarmente, as previsões macroeconómicas do
               BCE  indicam que o investimento em habitação continuará a descer em 2024 na zona
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               euro,  recuperando  depois  lentamente  no  decurso  de  2025,  com  o  abrandamento
               gradual  dos  efeitos  negativos  do  aumento  da  restritividade  das  condições  de
               financiamento e a continuação da subida robusta dos rendimentos das famílias.
               Desde 2022, a atividade económica em Portugal e na zona euro tem sido caracterizada
               por uma recuperação gradual após a reabertura da economia com o fim da pandemia.
               Esta recuperação tem sido marcada por uma maior robustez nos serviços do que na
               indústria.  No  segundo  trimestre  de  2023  o  valor  acrescentado  bruto  (VAB)  dos
               serviços,  excluindo  administração  pública,  educação  e  saúde,  encontrava-se  9,5%
               acima do registado no final de 2021 e o da indústria estava 2,5% abaixo. Face ao
               período pré-pandemia,  em Portugal, os  serviços  apresentaram um crescimento de
               8,2%,  enquanto  a  indústria  recuou  1,2%.  Na  zona  euro  a  tendência  também  se
               verifica, embora em menor escala. Esta tendência é explicada pelo levantamento das
               restrições impostas para assegurar o controlo da pandemia e pela consequente forte
               recuperação da procura pelos serviços que implicam um contacto mais intensivo (os
               mais  afetados  durante  esse  período).  Por  outro  lado,  estas  dinâmicas  podem  ser
               afetadas pelas decisões de política monetária tomadas pelo BCE. Ao subir as taxas de
               juro de referência, o BCE aumenta os custos de financiamento de empresas e famílias,
               tentando incentivar a poupança e restringir a procura por bens e serviços e, com isso,
               reduzir a pressão sobre os preços.  Os setores do comércio, alojamento e restauração
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               e  dos  transportes,  atividades  de  informação  e  comunicação  foram  os  que  mais
               cresceram no conjunto do ano de 2023 (Figura 1). À exceção do VAB da indústria, que

               6  Banco de Portugal, Boletim Económico - dezembro 2023 (bportugal.pt)



               PAO 2025                                                                                20
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