Page 19 - Plano de Atividades e Orçamento (PAO) 2025
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3. ANÁLISE MACROECONÓMICA
O planeamento efetuado é indissociável do contexto macroeconómico nacional,
internacional e, em particular, das perspetivas de evolução da atividade económica dos
setores da construção, do imobiliário e da energia.
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No contexto internacional e de acordo com o último relatório provisório da OCDE
espera-se um crescimento de 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB) global em 2024,
mantendo-se o que foi verificado em 2023, e espera-se que posteriormente este
aumente para 3,2% em 2025 resultando de um crescimento do rendimento real superior
e de taxas de juros mais baixas. De acordo com as projeções macroeconómicas para a
zona euro , a inflação global deverá continuar a descer gradualmente nos próximos dois
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anos. A persistência da inflação, que permanecerá acima da média histórica ao longo do
horizonte de projeção, espelha sobretudo o abrandamento lento da inflação dos preços
dos serviços. Estas projeções indicam que a inflação deverá apresentar um movimento
globalmente lateral em 2024 desacelerando para 2,5%, diminuindo depois para 2,2%
em 2025 e para 1,9% em 2026.
O ano de 2024 prevê encerrar vários desafios, quer do ponto de vista económico, quer
do ponto de vista das finanças públicas. A dinâmica de crescimento da economia
portuguesa encontra-se condicionada pela persistência de tensões geopolíticas
internacionais, pela incerteza quanto ao alívio da política monetária e pelos seus efeitos
sobre a confiança dos agentes económicos . De acordo com as projeções do Banco de
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Portugal , a economia portuguesa deverá manter um crescimento próximo do
tendencial e superior ao da área do euro, com taxas de variação do PIB de 2,0% em
2024, 2,3% em 2025 e 2,2% em 2026. Estes resultados assentam essencialmente no
crescimento baseado nas exportações e no investimento, sendo que a composição do
PIB retoma a evolução observada nos anos anteriores à pandemia. O investimento
cresce mais em Portugal refletindo, em larga medida, o impacto dos fundos europeus
recebidos, enquanto o diferencial nas exportações se explica pela manutenção de
ganhos de quota de mercado. A procura interna beneficia da redução da inflação (que
deverá diminuir para taxas próximas de 2%, o objetivo de política monetária do Banco
Central Europeu (BCE), no início de 2025, mantendo-se depois estável) e de condições
de financiamento menos restritivas, bem como da implementação de projetos
financiados por fundos europeus.
O cenário macroeconómico de referência entre 2024 e 2027 é apresentado na Tabela
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Tabela 1 – Cenário macroeconómico de referência
PIB e componentes da despesa em termos reais (%) 2024 2025 2026 2027
PIB 1,5 1,9 2,0 1,5
Consumo privado 1,5 1,7 1,7 1,8
Consumo público 1,8 1,1 1,4 1,0
Investimento (FBCF - formação bruta de capital fixo) 4,4 3,9 5,1 -0,5
Exportações de bens e serviços 3,1 4,2 3,9 3,8
1 Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OECD), OECD Economic Outlook, Volume 2024 Issue 1 (oecd-ilibrary.org)
2 Banco Central Europeu (BCE), Projeções macroeconómicas para a área do euro, junho de 2024 (europa.eu)
3 Conselho de Finanças Públicas (CFP), Perspetivas económicas e orçamentais 2024-2028 (cfp.pt)
4 Banco de Portugal, Boletim Económico - junho de 2024 (bportugal.pt)
5 Direção Geral do Tesouro e Finanças, Instruções para a Elaboração dos Planos de Atividade e Orçamento para 2025-2027, incluindo o
Plano de Investimentos, das empresas públicas, reclassificadas e não reclassificadas, do Setor Empresarial do Estado (SEE), com exclusão
das entidades públicas empresariais do SNS, agosto 2024.
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