A eficiência energética é um pilar preponderante para a sustentabilidade no setor da construção e, sem dúvida, um dos caminhos para a sustentabilidade dos edifícios.
Edifícios energeticamente eficientes reduzem o consumo de recursos naturais e das emissões de gases com efeito de estufa, contribuindo para a mitigação das alterações climáticas.
Neste cenário, para implementar as diferentes medidas de eficiência energética, entidades como o Green Building Council, que teremos em breve em Portugal, e a implementação das diretivas europeias, como a EPBD (Energy Performance of Buildings Directive), têm papel fundamental no futuro e na definição dos edifícios.
O Green Building Council (GBC) é uma organização internacional que se dedica ao incentivo de práticas de construção sustentável. Tem como missão a transformação do ambiente construído, incentivando a adoção de métodos construtivos que respeitem o meio ambiente e promovam a saúde e bem-estar dos ocupantes.
Implementa e promove certificações, como o LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) e estabelece padrões que orientam os diferentes stakeholders do setor da construção na implementação de soluções mais verdes e eficientes.
O GBC Portugal, que está prestes a ser criado, deverá ser no futuro um agente ativo na sensibilização para a importância da construção sustentável.
A Greenlab, em equipa com a ADENE, APPII, e outras entidades parceiras, quer governamentais quer privadas, acredita que o GBC em Portugal pode ser mais um motor na adoção de práticas que fomentem a eficiência energética, a utilização de materiais ecológicos e a redução da pegada de carbono dos edifícios.
A EPBD é uma diretiva da União Europeia que estabelece requisitos mínimos de desempenho energético para os edifícios. Esta foi revista em março de 2024 e irá ser transposta para Portugal até ao final de 2025. Esta reafirma o compromisso da UE com a descarbonização do setor da construção, visando a neutralidade carbónica até 2050.
Destaco as principais medidas da nova EPBD:
- Edifícios com emissões zero: a partir de 2028, todos os novos edifícios públicos devem ser de emissões zero, sendo esta exigência estendida a partir de 2030 para todos os novos edifícios;
- Requisitos mínimos de desempenho energético: para cada estado-membro;
- Promoção de energias renováveis: torna-se obrigatória a instalação de sistemas de energia solar em novos edifícios para o setor público e não residencial a partir de 2027, e nos edifícios residenciais a partir de 2030;
- Redução dos combustíveis fósseis: os estados-membros têm de criar planos nacionais para eliminar o uso de combustíveis fósseis no aquecimento e arrefecimento até 2040.
Entidades como o Green Building Council e a diretiva EPBD são fundamentais na formação, orientação e definição de objetivos que se foquem num ambiente construído mais sustentável.
Para Portugal, a adaptação destas diretrizes representa um desafio, mas também uma oportunidade de modernizar o seu edificado, promover a economia verde e assegurar um futuro mais sustentável fomentando uma economia verde.