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3 perguntas a...

Colaboradores ADENE

19.01.2023

10

min. de leitura

O que perguntámos aos colaboradores da ADENE: 

  1. Quais os objetivos e desafios definidos para 2023 na sua direção?
  2. Que balanço faz da atividade ao longo de 2022?
  3. Quais os factos mais positivos que perspetiva para 2023 na área da energia?

 

As respostas

Rita Sargento, área de Inovação na Direção de Sustentabilidade e Mobilidade

  1. Um dos principais objetivos para o ano de 2023 será o estímulo e crescimento contínuo dos sistemas, instrumentos e iniciativas voluntárias já existentes, com foco na promoção da adoção de práticas mais sustentáveis pelas organizações e pelos cidadãos, especialmente nas áreas da eficiência energética, hídrica e do uso de recursos e da economia circular.

  2. 2022 demonstrou-se bastante promissor para os novos sistemas da ADENE. O CLASSE+ Janelas afirmou-se ainda mais como sistema de referência, com 130.000 etiquetas emitidas. O Portal casA+ conta com mais de 27.000 aderentes incluindo proprietários/arrendatários, empresas e Peritos Qualificados. O AQUA+ passou a levar também a eficiência hídrica aos empreendimentos turísticos e em breve ao comércio&serviços.

  3. Para 2023 perspetiva-se a crescente evolução e integração de instrumentos de inovação para a sustentabilidade e economia circular, com envolvimento do sector empresarial e associativo, estabelecendo a ponte com o consumidor. Os novos sistemas da ADENE contribuirão ativamente para a implementação do PPE, servindo de veículos de comunicação e sensibilização para o público em geral.

 

Hélder Rodrigues, área da Mobilidade na Direção de Sustentabilidade e Mobilidade

  1. Para 2023 queremos continuar a consolidação das iniciativas voluntárias e a sua valorização em incentivos públicos ou privados.

  2. 2022 ficou marcado por uma clarificação dos (novos) processos internos e por uma esperança de maior fluidez nas operações.

  3. Que 50% dos autocarros citadinos novos registados na UE em 2023 sejam totalmente elétricos (30% no primeiro semestre de 2022), descarbonizando e fomentando a utilização dos transportes públicos.

 

Matthew Gonçalves, área do SCE na Direção de Edifícios e Gestão de Recursos

  1. Capacitar e fidelizar. Promover a eficiência energética dos edifícios através da proximidade com os agentes de mercado, com sessões para Peritos Qualificados e Municípios, mantendo os níveis dos canais de atendimento.

  2. Proficiente e eficaz na dinamização e consolidação da legislação junto dos stakeholders.

  3. A responsabilidade social no uso racional de energia. A maturação procedimental do mercado na construção e renovação de edifícios de modo a combater a pobreza energética sem descurar o conforto do cidadão.

 

Amádis Santos, área do ECO.AP na Direção de Edifícios e Gestão de Recursos

  1. Consolidar e reforçar o apoio à Administração Pública com vista à descarbonização das suas atividades e redução de encargos.

  2. Dadas as restrições orçamentais e escalada dos preços de energia, demonstrou-se que o apoio da equipa do ECO.AP contribuiu para uma efetiva concretização dos objetivos e das metas das Entidades e para o Estado na redução dos consumos e respetivas encargos com a energia a água e materiais, e consecutivamente, reduzir os GEE.

  3. Um grande incremento das energias renováveis no balanço energético em particular através das CER e do ACC, mas também de implementação de projetos de melhoria do desempenho energético, nomeadamente através do PRR e PT 2030 e outros mecanismos disponíveis, contribuindo para uma menor dependência energética, bem como para uma menor volatilidade dos preços de energia.

 

Paulo Calau, área da Indústria na Direção de Indústria e Transição Energética

  1. Na área da indústria, temos como objetivos manter e se possível melhorar os indicadores de monitorização do sistema de gestão de consumos intensivos de energia (SGCIE) e garantir uma atualização da plataforma do SGCIE para ir de encontro às necessidades do mercado. Como grande desafio, pretendemos estabelecer atividades no âmbito da economia azul.

  2. No âmbito do SGCIE mantivemos as nossas atividades operacionais, com visitas e realização de ações de monitorização de progresso dos planos dos vários operadores, no entanto, e devido ao elevado número de processos em curso, é necessário dotar a equipa de recursos para fazer face às solicitações e desta forma assegurar uma efetiva monitorização e apoio às empresas.

  3. Face ao aumento dos preços de energia as empresas procuram soluções alternativas de eficiência energética, com especial destaque para a descentralização. Consideramos que irá existir uma atividade acrescida neste âmbito.

 

Paulo Nogueira, área da Transição Energética na Direção de Indústria e Transição Energética

  1. A Direção de Indústria e Transição Energética na área da transição energética tem como principais objetivos a promoção dos projetos de autoconsumo e comunidades de energia renovável, apoiar consumidores na transição energética, em particular aqueles em situação de pobreza energética. Os desafios estão relacionados com o nível de atividades em curso e assegurar uma efetiva resposta tanto ao nível das comunidades de energia como ao nível da pobreza energética, onde esperamos a publicação da estratégia nacional sobre a matéria.

  2. Foi um ano desafiante, com especial preponderância das atividades relacionadas com as comunidades de energia renovável, pois com a publicação do DL 15/2022 a ADENE ficou incumbida de novas atividades e na divulgação e apoio aos promotores de projetos de autoconsumo. Foi um ano marcado por inúmeras reuniões com promotores, com destaque para os municípios.

  3. Com a perspetiva de uma redução nos consumos de gás verifica-se uma necessidade na eletrificação e consequentemente na procura de projetos de autoconsumo, nomeadamente na área do fotovoltaico. Tem-se verificado um aumento da procura nesta área e      espera-se uma continuidade do crescimento.

 

Neuza Rosa, área de Estratégia, Planeamento e Políticas Públicas na Direção de Estratégia, Políticas e Projetos 

  1. Os objetivos e desafios para 2023 prendem-se com garantir o alinhamento estratégico e de políticas públicas com os projetos e atividades, potenciando sinergias e valorizando o conhecimento do corpo técnico e a experiência da ADENE. Particular destaque será dado à dinamização e monitorização do Plano de Poupança de Energia (PPE) 2022-2023.

  2. Pese embora o ano de 2022 tenha sido pautado por um contexto de incerteza em virtude dos impactos provocados pela crise energética global, foi possível contribuir para o reforço do posicionamento estratégico da ADENE e o seu papel de influência no apoio ao desenho de políticas públicas, assegurando a articulação interna e externa.

  3. As metas definidas no horizonte 2030 e 2050, indicadas nas políticas públicas europeias e nacionais em vigor, incentivam a aposta nacional na descarbonização, sustentabilidade energética, diversificação das fontes de energia e reposicionamento geoestratégico de Portugal na cadeia de abastecimento, a par dos investimentos disponíveis para o setor. Todos estes fatores podem ser assumidos como grandes oportunidades e prioridades imediatas, contribuindo para o reforço do posicionamento do país na linha da frente da descarbonização e da transição energética, demonstrando resiliência e autonomia energética.

 

Ana Cardoso, área de Projetos Técnicos na Direção de Estratégia, Políticas e Projetos 

  1. Reforço das competências técnicas, diversificação das áreas de atuação, bem como apoio ao desenvolvimento de novas iniciativas, contribuindo para a política energética nacional e europeia.

  2. Um ano desafiante, com envolvimento em projetos e candidaturas em várias áreas, participação em atividades da rede EnR, apoio técnico a grupos trabalho, entre outras atividades.

  3. A continuação do caminho para a aceleração da transição energética, tendo em vista a neutralidade carbónica.

 

Marco Lourenço, área de Formação na Direção de Formação, Informação e Educação 

  1. A Academia ADENE em 2023, pretende implementar os exames e reconhecimento profissional dos Técnicos de Inspeção (TIS), dinamizar a formação e reconhecimento de novos Técnicos de Gestão de Energia (TGE), Técnicos de Manutenção (TRM) e Peritos Qualificados. Continuará a promover ações de formação em eficiência energética e hídrica, na mobilidade eficiente e energias renováveis. 

  2. A Academia ADENE fechou o ano de uma forma muito positiva, tendo reconhecido mais de 1500 TRM, implementado a nova formação e qualificação de TGE e com uma forte dinâmica na formação de desempenho energético de edifícios, destacando também a formação de auditores de sistemas de gestão de Energia – ISO 50001, auditores AQUA+, prescritores e instaladores de janelas eficientes CLASSE+ e construção sustentável LEED.

  3. A ADENE, juntamente com o IEFP e a APREN, fará parte dos órgãos sociais do novo Centro de Formação Profissional para a Transição Energética, que será criado de raiz com o objetivo de valorizar e requalificar pessoas na área da energia. No âmbito da aceleração da transição e eficiência energética, a ADENE irá apoiar o IEFP no programa de formação “Green Skills & Jobs”, destinado à requalificação de trabalhadores de empresas afetadas pelo aumento dos custos de energia. 

 

Tiago Vicente, área de Informação e Educação na Direção de Formação, Informação e Educação 

  1. A equipa de Informação e Educação tem a missão de promover a literacia energética da sociedade. O nosso objetivo é levar conhecimento ao maior número possível de pessoas, instigando a vontade de saber mais sobre energia e contribuindo para a ação climática individual e coletiva. O nosso maior desafio é conseguir chegar a todos, comunicando informação, muitas vezes complexa, de forma apelativa e simples, mas não simplista. 

  2. Em 2022, através da Rota da Energia, esteve presente em 35 municípios e interagindo com mais de 11 000 pessoas: 3681 alunos, 533 técnicos municipais, 412 representantes de entidades e empresas e 6650 cidadãos. Continuámos também o nosso trabalho de disponibilizar informação estatística de confiança, atualizada e rigorosa, através do Observatório da Energia, no qual estão disponíveis mais de 400 000 dados estatísticos e mais de 2000 diplomas legislativos. 

  3. Esperamos que se faça cada vez mais e mais rápido. É importante continuarmos a adotar políticas públicas que incentivem a utilização racional dos nossos recursos, particularmente os energéticos. E porque as políticas públicas só são eficazes na medida em que são aceites e adotadas pelos cidadãos, a ADENE, e a sua equipa de informação e educação, existem para informar, explicar e sensibilizar. Devemos exigir boas políticas públicas, mas também contribuir para o seu sucesso, pois ele depende de todos nós. 

 

Inês Mendes, área de Cooperação Internacional na Direção de Cooperação e Relações Institucionais 

  1. Em 2023, a DCRI irá focar-se na conclusão do plano de ação da EnR Presidency 2022, na execução das atividades coordenadas pela ADENE no meetMED II visando o reforço do posicionamento no MEDENER BoD e futura candidatura à presidência da rede, e na criação do programa de cooperação entre cidades portuguesas e de outros países.

  2. Em 2022 foram publicados dois novos estudos EnR (CER e Empregos Verdes), tendo ainda sido assegurada a presença da rede EnR em mais de quinze eventos. Na região do Mediterrâneo, destaca-se a execução do projeto meetMED II e a conclusão do projeto Interreg MED Efficient Buildings com a organização, pela ADENE, do evento final no Chipre.

  3. Este ano antevê-se uma evolução positiva, face ao anúncio feito em Sharm El-Sheikh, na COP27, sobre a criação de um fundo para perdas e danos, em particular para países mais vulneráveis à crise climática, com vista ao alcance da neutralidade carbónica em 2050.

 

Sara Costa, OLMC – Operador Logístico Mudança de Comercializador 

  1. Responder às necessidades dos mercados de energia e da sua regulação, num período que se adivinha bastante movimentado em termos de mudança de comercializador e desafiante em termos de regulação.

  2. O ano de 2022 foi um ano crescente em termos da atividade do OLMC. No último trimestre do ano, em média, processaram-se mais de 2.2 milhões de mensagens/mês, mais do dobro do 3º Trimestre. Donde o facto mais relevante foi a necessidade de manter o desempenho da plataforma face ao aumento do volume de atividade do mercado SEN (eletricidade) e SNG (gás).

  3. Para o OLMC o fator mais positivo para 2023 será o reforço do seu papel de intermediação entre todos os diversos agentes de mercado e operadores de redes de distribuição.

 

S

Sobre o entrevistado

ADENE -Agência para a Energia

A ADENE é a agência nacional para a energia e tem como missão o desenvolvimento de atividades de interesse público na área da energia e seus interfaces com outras políticas setoriais, em articulação com as demais entidades com atribuições neste domínio, incluindo a eficiência energética na mobilidade e eficiência hídrica.

A ADENE é uma instituição agregadora que mobiliza e dinamiza a aplicação da política pública, parceira de excelência do sector empresarial e associativo, próxima do cidadão, contribuindo para reforçar o posicionamento de Portugal na linha da frente da descarbonização e da transição energética.

Portugal foi o primeiro país no mundo a afirmar o compromisso da neutralidade carbónica até 2050. Rumo a esse objetivo, a ADENE tem por missão promover a eficiência energética e hídrica no parque edificado português. Através dos projetos que desenvolve e das ações de sensibilização e informação, contribui ativamente para a mudança nos padrões de consumo e para uma maior literacia energética da sociedade, pois cada cidadão é parte da solução.

A ADENE é a agência nacional para a energia, com uma missão centrada nas pessoas e a ambição de reforçar o posicionamento de Portugal na descarbonização, é um parceiro ativo da transição energética, fortalecendo parcerias, dinamizando a política pública e estando mais próximo dos cidadãos. Com toda a energia!

© ADENE 2024