O que perguntámos aos colaboradores da ADENE:
- Quais os objetivos e desafios definidos para 2023 na sua direção?
- Que balanço faz da atividade ao longo de 2022?
- Quais os factos mais positivos que perspetiva para 2023 na área da energia?
As respostas
Rita Sargento, área de Inovação na Direção de Sustentabilidade e Mobilidade
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Um dos principais objetivos para o ano de 2023 será o estímulo e crescimento contínuo dos sistemas, instrumentos e iniciativas voluntárias já existentes, com foco na promoção da adoção de práticas mais sustentáveis pelas organizações e pelos cidadãos, especialmente nas áreas da eficiência energética, hídrica e do uso de recursos e da economia circular.
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2022 demonstrou-se bastante promissor para os novos sistemas da ADENE. O CLASSE+ Janelas afirmou-se ainda mais como sistema de referência, com 130.000 etiquetas emitidas. O Portal casA+ conta com mais de 27.000 aderentes incluindo proprietários/arrendatários, empresas e Peritos Qualificados. O AQUA+ passou a levar também a eficiência hídrica aos empreendimentos turísticos e em breve ao comércio&serviços.
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Para 2023 perspetiva-se a crescente evolução e integração de instrumentos de inovação para a sustentabilidade e economia circular, com envolvimento do sector empresarial e associativo, estabelecendo a ponte com o consumidor. Os novos sistemas da ADENE contribuirão ativamente para a implementação do PPE, servindo de veículos de comunicação e sensibilização para o público em geral.
Hélder Rodrigues, área da Mobilidade na Direção de Sustentabilidade e Mobilidade
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Para 2023 queremos continuar a consolidação das iniciativas voluntárias e a sua valorização em incentivos públicos ou privados.
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2022 ficou marcado por uma clarificação dos (novos) processos internos e por uma esperança de maior fluidez nas operações.
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Que 50% dos autocarros citadinos novos registados na UE em 2023 sejam totalmente elétricos (30% no primeiro semestre de 2022), descarbonizando e fomentando a utilização dos transportes públicos.
Matthew Gonçalves, área do SCE na Direção de Edifícios e Gestão de Recursos
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Capacitar e fidelizar. Promover a eficiência energética dos edifícios através da proximidade com os agentes de mercado, com sessões para Peritos Qualificados e Municípios, mantendo os níveis dos canais de atendimento.
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Proficiente e eficaz na dinamização e consolidação da legislação junto dos stakeholders.
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A responsabilidade social no uso racional de energia. A maturação procedimental do mercado na construção e renovação de edifícios de modo a combater a pobreza energética sem descurar o conforto do cidadão.
Amádis Santos, área do ECO.AP na Direção de Edifícios e Gestão de Recursos
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Consolidar e reforçar o apoio à Administração Pública com vista à descarbonização das suas atividades e redução de encargos.
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Dadas as restrições orçamentais e escalada dos preços de energia, demonstrou-se que o apoio da equipa do ECO.AP contribuiu para uma efetiva concretização dos objetivos e das metas das Entidades e para o Estado na redução dos consumos e respetivas encargos com a energia a água e materiais, e consecutivamente, reduzir os GEE.
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Um grande incremento das energias renováveis no balanço energético em particular através das CER e do ACC, mas também de implementação de projetos de melhoria do desempenho energético, nomeadamente através do PRR e PT 2030 e outros mecanismos disponíveis, contribuindo para uma menor dependência energética, bem como para uma menor volatilidade dos preços de energia.
Paulo Calau, área da Indústria na Direção de Indústria e Transição Energética
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Na área da indústria, temos como objetivos manter e se possível melhorar os indicadores de monitorização do sistema de gestão de consumos intensivos de energia (SGCIE) e garantir uma atualização da plataforma do SGCIE para ir de encontro às necessidades do mercado. Como grande desafio, pretendemos estabelecer atividades no âmbito da economia azul.
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No âmbito do SGCIE mantivemos as nossas atividades operacionais, com visitas e realização de ações de monitorização de progresso dos planos dos vários operadores, no entanto, e devido ao elevado número de processos em curso, é necessário dotar a equipa de recursos para fazer face às solicitações e desta forma assegurar uma efetiva monitorização e apoio às empresas.
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Face ao aumento dos preços de energia as empresas procuram soluções alternativas de eficiência energética, com especial destaque para a descentralização. Consideramos que irá existir uma atividade acrescida neste âmbito.
Paulo Nogueira, área da Transição Energética na Direção de Indústria e Transição Energética
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A Direção de Indústria e Transição Energética na área da transição energética tem como principais objetivos a promoção dos projetos de autoconsumo e comunidades de energia renovável, apoiar consumidores na transição energética, em particular aqueles em situação de pobreza energética. Os desafios estão relacionados com o nível de atividades em curso e assegurar uma efetiva resposta tanto ao nível das comunidades de energia como ao nível da pobreza energética, onde esperamos a publicação da estratégia nacional sobre a matéria.
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Foi um ano desafiante, com especial preponderância das atividades relacionadas com as comunidades de energia renovável, pois com a publicação do DL 15/2022 a ADENE ficou incumbida de novas atividades e na divulgação e apoio aos promotores de projetos de autoconsumo. Foi um ano marcado por inúmeras reuniões com promotores, com destaque para os municípios.
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Com a perspetiva de uma redução nos consumos de gás verifica-se uma necessidade na eletrificação e consequentemente na procura de projetos de autoconsumo, nomeadamente na área do fotovoltaico. Tem-se verificado um aumento da procura nesta área e espera-se uma continuidade do crescimento.
Neuza Rosa, área de Estratégia, Planeamento e Políticas Públicas na Direção de Estratégia, Políticas e Projetos
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Os objetivos e desafios para 2023 prendem-se com garantir o alinhamento estratégico e de políticas públicas com os projetos e atividades, potenciando sinergias e valorizando o conhecimento do corpo técnico e a experiência da ADENE. Particular destaque será dado à dinamização e monitorização do Plano de Poupança de Energia (PPE) 2022-2023.
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Pese embora o ano de 2022 tenha sido pautado por um contexto de incerteza em virtude dos impactos provocados pela crise energética global, foi possível contribuir para o reforço do posicionamento estratégico da ADENE e o seu papel de influência no apoio ao desenho de políticas públicas, assegurando a articulação interna e externa.
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As metas definidas no horizonte 2030 e 2050, indicadas nas políticas públicas europeias e nacionais em vigor, incentivam a aposta nacional na descarbonização, sustentabilidade energética, diversificação das fontes de energia e reposicionamento geoestratégico de Portugal na cadeia de abastecimento, a par dos investimentos disponíveis para o setor. Todos estes fatores podem ser assumidos como grandes oportunidades e prioridades imediatas, contribuindo para o reforço do posicionamento do país na linha da frente da descarbonização e da transição energética, demonstrando resiliência e autonomia energética.
Ana Cardoso, área de Projetos Técnicos na Direção de Estratégia, Políticas e Projetos
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Reforço das competências técnicas, diversificação das áreas de atuação, bem como apoio ao desenvolvimento de novas iniciativas, contribuindo para a política energética nacional e europeia.
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Um ano desafiante, com envolvimento em projetos e candidaturas em várias áreas, participação em atividades da rede EnR, apoio técnico a grupos trabalho, entre outras atividades.
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A continuação do caminho para a aceleração da transição energética, tendo em vista a neutralidade carbónica.
Marco Lourenço, área de Formação na Direção de Formação, Informação e Educação
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A Academia ADENE em 2023, pretende implementar os exames e reconhecimento profissional dos Técnicos de Inspeção (TIS), dinamizar a formação e reconhecimento de novos Técnicos de Gestão de Energia (TGE), Técnicos de Manutenção (TRM) e Peritos Qualificados. Continuará a promover ações de formação em eficiência energética e hídrica, na mobilidade eficiente e energias renováveis.
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A Academia ADENE fechou o ano de uma forma muito positiva, tendo reconhecido mais de 1500 TRM, implementado a nova formação e qualificação de TGE e com uma forte dinâmica na formação de desempenho energético de edifícios, destacando também a formação de auditores de sistemas de gestão de Energia – ISO 50001, auditores AQUA+, prescritores e instaladores de janelas eficientes CLASSE+ e construção sustentável LEED.
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A ADENE, juntamente com o IEFP e a APREN, fará parte dos órgãos sociais do novo Centro de Formação Profissional para a Transição Energética, que será criado de raiz com o objetivo de valorizar e requalificar pessoas na área da energia. No âmbito da aceleração da transição e eficiência energética, a ADENE irá apoiar o IEFP no programa de formação “Green Skills & Jobs”, destinado à requalificação de trabalhadores de empresas afetadas pelo aumento dos custos de energia.
Tiago Vicente, área de Informação e Educação na Direção de Formação, Informação e Educação
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A equipa de Informação e Educação tem a missão de promover a literacia energética da sociedade. O nosso objetivo é levar conhecimento ao maior número possível de pessoas, instigando a vontade de saber mais sobre energia e contribuindo para a ação climática individual e coletiva. O nosso maior desafio é conseguir chegar a todos, comunicando informação, muitas vezes complexa, de forma apelativa e simples, mas não simplista.
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Em 2022, através da Rota da Energia, esteve presente em 35 municípios e interagindo com mais de 11 000 pessoas: 3681 alunos, 533 técnicos municipais, 412 representantes de entidades e empresas e 6650 cidadãos. Continuámos também o nosso trabalho de disponibilizar informação estatística de confiança, atualizada e rigorosa, através do Observatório da Energia, no qual estão disponíveis mais de 400 000 dados estatísticos e mais de 2000 diplomas legislativos.
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Esperamos que se faça cada vez mais e mais rápido. É importante continuarmos a adotar políticas públicas que incentivem a utilização racional dos nossos recursos, particularmente os energéticos. E porque as políticas públicas só são eficazes na medida em que são aceites e adotadas pelos cidadãos, a ADENE, e a sua equipa de informação e educação, existem para informar, explicar e sensibilizar. Devemos exigir boas políticas públicas, mas também contribuir para o seu sucesso, pois ele depende de todos nós.
Inês Mendes, área de Cooperação Internacional na Direção de Cooperação e Relações Institucionais
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Em 2023, a DCRI irá focar-se na conclusão do plano de ação da EnR Presidency 2022, na execução das atividades coordenadas pela ADENE no meetMED II visando o reforço do posicionamento no MEDENER BoD e futura candidatura à presidência da rede, e na criação do programa de cooperação entre cidades portuguesas e de outros países.
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Em 2022 foram publicados dois novos estudos EnR (CER e Empregos Verdes), tendo ainda sido assegurada a presença da rede EnR em mais de quinze eventos. Na região do Mediterrâneo, destaca-se a execução do projeto meetMED II e a conclusão do projeto Interreg MED Efficient Buildings com a organização, pela ADENE, do evento final no Chipre.
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Este ano antevê-se uma evolução positiva, face ao anúncio feito em Sharm El-Sheikh, na COP27, sobre a criação de um fundo para perdas e danos, em particular para países mais vulneráveis à crise climática, com vista ao alcance da neutralidade carbónica em 2050.
Sara Costa, OLMC – Operador Logístico Mudança de Comercializador
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Responder às necessidades dos mercados de energia e da sua regulação, num período que se adivinha bastante movimentado em termos de mudança de comercializador e desafiante em termos de regulação.
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O ano de 2022 foi um ano crescente em termos da atividade do OLMC. No último trimestre do ano, em média, processaram-se mais de 2.2 milhões de mensagens/mês, mais do dobro do 3º Trimestre. Donde o facto mais relevante foi a necessidade de manter o desempenho da plataforma face ao aumento do volume de atividade do mercado SEN (eletricidade) e SNG (gás).
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Para o OLMC o fator mais positivo para 2023 será o reforço do seu papel de intermediação entre todos os diversos agentes de mercado e operadores de redes de distribuição.