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3 perguntas a...

Ana Cristina Delgado

Proprietária Pequeno Negócio

15.03.2023

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min. de leitura

1. Quais são as suas principais preocupações enquanto consumidora?

Esta guerra trouxe-nos muita incerteza e insegurança. Este ano chegámos mesmo a temer que pudessem ocorrer apagões. Isto para um negócio como o nosso, depois de uma pandemia, seria o fim. Preocupa-nos também a instabilidade dos preços da energia. A dada altura a minha fatura quase duplicou chegando perto dos 400 euros, isto para um café com menos de 20 m2 pode representar um terço dos custos. Por isso acho que devemos apostar mais em energias renováveis e em formas de armazenar a eletricidade para não estarmos tão dependentes da volatilidade dos custos dos outros países.

 

2. O que mais deveria ser feito para zelar pelos interesses do consumidor?

Políticas mais dedicadas para o setor dos comércio e serviços. É muito complicado para quem vive do pequeno negócio ser surpreendido com faturas de energia muito grandes. No nosso caso já tomámos muitas medidas, como a substituição da iluminação, a substituição das janelas e do ar condicionado. Mas como deve imaginar não posso desligar a máquina do café, que tem um consumo enorme, ou não posso dizer a um cliente que não faço uma tosta, nem tão pouco mexer na temperatura do frigorífico. Todos estes equipamentos representam elevados custos de energia que se traduzem ao final do mês na nossa fatura.

 

3. Que hábitos tem na sua habitação e no seu quotidiano para poupar energia? E no seu negócio?

Embora antiga, a nossa habitação tem uma construção ótima que permite uma reduzida utilização de climatização. Além disso foi construída a sul, e possuímos uma árvore de folha caduca em frente da casa, o que permite que a radiação entre no inverno pois as folhas caem e no verão protege-nos da radiação solar. Há uns anos instalámos janelas de vidro duplo com corte térmico e alterámos a iluminação para LED. No inverno utilizamos tipicamente um forno de lenha e também de um fogão de indução.  Está apenas a faltar-nos instalar painéis fotovoltaicos, só que como não estamos em casa quando há maior incidência solar acabamos por não aproveitar a energia que produzimos.

Como dispomos de um quintal aproveitamos também para fazer a compostagem utilizando restos de folhas e de algumas colheitas, conseguindo fazer o nosso próprio fertilizante.

Sou detentora de uma pequena cafetaria e como tal o consumo de energia tem uma influência direta no nosso “deve e haver” no final do mês. Há cerca de 3 anos fizemos uma grande remodelação onde substituímos as lâmpadas Fluorescentes por LED e substituímos o ar condicionado. Há uns anos trocamos um antigo balcão frigorífico por um mais eficiente e aí também notámos uma grande redução no consumo de energia. Algo que aconselho vivamente para este tipo de negócios é a instalação de um controlador horário para ligar e desligar a maquina de café , pois este tipo de máquinas têm de ser ligadas antes de entrarem em operação e em muitos casos ficam ligadas toda a noite. Esta medida permite-nos reduzir significativamente a fatura de energia.

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Sobre o entrevistado

Ana Cristina Delgado, proprietária da Cafetaria Cristina há mais de 15 anos. Viu-se obrigada a encontrar soluções para reduzir a sua fatura de energia.

A ADENE é a agência nacional para a energia, com uma missão centrada nas pessoas e a ambição de reforçar o posicionamento de Portugal na descarbonização, é um parceiro ativo da transição energética, fortalecendo parcerias, dinamizando a política pública e estando mais próximo dos cidadãos. Com toda a energia!

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