
Portugal esteve representado ao mais alto nível na 10.ª Conferência Anual da Agência Internacional de Energia (IEA) sobre Eficiência Energética, que decorre em Bruxelas. Nelson Lage, Presidente da ADENE, interveio no Painel Ministerial de Alto Nível em nome da Ministra do Ambiente e da Energia, Maria da Graça Carvalho, e reuniu-se com o Diretor Executivo da IEA, Fatih Birol.
Durante o encontro bilateral com Fatih Birol, Nelson Lage sublinhou o percurso consistente de Portugal rumo à transição energética e reforçou a ambição do país na eficiência energética, energias renováveis e literacia energética. Foram abordados os resultados alcançados nos primeiros cinco meses de 2025, como os 81,5% de eletricidade proveniente de fontes renováveis, a triplicação da produção em regime de autoconsumo, e os níveis historicamente baixos de intensidade energética e de emissões do setor energético desde 1990.
Foi ainda salientada a colaboração estratégica entre a ADENE e a IEA, nomeadamente nas edições em língua portuguesa de relatórios como o “Financing Clean Energy in Africa” e o futuro “Financing Access to Electricity”.
Já durante a sua intervenção na sessão ministerial de alto nível, presidida por Fatih Birol e pelo Comissário Europeu da Energia, Dan Jørgensen, e que reuniu ministros e representantes de governos de todo o mundo, Nelson Lage alertou para a necessidade urgente de reforçar a resiliência dos sistemas energéticos europeus.
Nelson Lage sublinhou a urgência da Europa em responder às vulnerabilidades estruturais dos sistemas energéticos, alertando que o apagão de abril ,“mais do que uma falha técnica, foi um alerta claro para a necessidade de reforçar a resiliência das redes energéticas, não só em Portugal, mas em toda a Europa”.
O Presidente da ADENE, defendeu, igualmente, que a eficiência energética deve ser um pilar estruturante da segurança e da soberania energética, e apelou a uma aposta firme na informação e formação como motor de uma transição justa e inclusiva, ao afirmar que “a literacia energética deve ser tratada como a alfabetização foi no século passado, ou seja, uma prioridade de política pública com impacto direto na vida das pessoas. Mas não chega. Precisamos também de redes mais interligadas, que reforcem a coesão energética da Europa e nos preparem melhor para enfrentar eventos extremos”, afirmou Nelson Lage.

