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3 perguntas a...

Bautista Rodríguez

CEO da Ocean Winds e CTO da EDP Renewables 

17.08.2022

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min. de leitura

  1. Como funciona o sistema offshore flutuante?

 

O sistema flutuante é uma tecnologia muito inovadora no segmento offshore: permite o acesso a áreas marinhas com maiores recursos eólicos e assegura a produção de energia em regiões onde a profundidade das águas próximas da costa não permite a utilização de tecnologias convencionais.  

O recurso a esta tecnologia permite ainda que a instalação das turbinas se faça em ambiente portuário, em vez de ser em alto mar. Desta forma, é possível alcançar uma solução economicamente eficiente e reduzir o impacto ambiental da instalação do parque eólico em comparação com os parques offshore tradicionais.  

O grupo EDP é pioneiro nesta tecnologia com o projeto WindFloat Atlantic, localizado ao largo da costa de Viana do Castelo, em Portugal. Como tal, a EDP tem agora um conhecimento privilegiado do mercado offshore flutuante e está em posição de dar novos e sólidos passos nesta área, ao lado de outros operadores cuja existência assegura uma concorrência necessária para o crescimento do mercado. 

 

  1. Como é que este projeto já contribuiu para a transição energética?

 

Até agora, o WindFloat Atlantic – que tem uma capacidade instalada de 25 MW – tem tido um desempenho muito positivo com elevados níveis de produção. Em menos de dois anos após a entrada em operação, o projeto registou uma produção total acumulada de 131 GWh, atingindo os valores que tinham sido projetados. Além disso, a energia produzida até agora é suficiente para abastecer mais de 100 mil habitantes e evitou a emissão de mais 58 mil toneladas de CO2. Ao longo da vida útil do projeto, estima-se que será evitada cerca de um milhão de toneladas em emissões. 

 

  1. Qual é o futuro das energias renováveis offshore?

 

O segmento offshore é estratégico para cumprir os objetivos de descarbonização e para trazer valor acrescentado para a economia e, na EDP, estamos convictos disso. Os recursos marinhos têm um elevado potencial para gerar energia limpa e promover o desenvolvimento económico sustentável em benefício das pessoas e comunidades, bem como contribuir para a descarbonização do planeta, minimizando o impacto nos ecossistemas marinhos e produzindo energia sustentável. 

As energias renováveis offshore continuarão a crescer e a ganhar força, dado o seu elevado potencial. Para tal, a cooperação entre empresas, autoridades competentes, entidades sociais públicas e outros colaboradores é fundamental. 

Em Portugal, concretamente, devido à sua localização geográfica e ao seu caráter pioneiro em matéria de energias renováveis, a energia offshore representa uma grande oportunidade para o país atrair investimento e impulsionar a sua economia, ao mesmo tempo que contribui para a produção de energia limpa.

 

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Sobre o entrevistado

Bautista Rodríguez, CEO da Ocean Winds e CTO da EDP Renewables 

Presidente executivo da Ocean Winds desde dezembro de 2021, Bautista Rodríguez nasceu em Lugo de Llanera (Astúrias, Espanha) em 1961. É formado em Engenharia Industrial e especialista em Eletricidade, Electrónica e Automação pela Universidade de Oviedo. Completou ainda o Programa Superior Geral de Gestão na European School of Business Administration, bem como o Programa Avançado de Gestão no IESE.
A sua carreira profissional começou em 1988 na Electricité of France em Lille (França), no âmbito do projeto Commet da União Europeia. Em 1998 ingressou na Hidroelectrica del Cantabrico, como chefe de planeamento da Rede de Transmissão e Distribuição. Entre 1999 e 2002, foi diretor de Planificação e Clientes da Hidroelectrica del Cantabrico Distribution, destacando-se neste período a sua participação em assuntos regulatórios como o Modelo de Remuneração da Atividade de Distribuição Eléctrica em Espanha ou o desenvolvimento de novos mercados de Distribuição Eléctrica sob um ambiente competitivo. Entre 2002 e 2007 combinou o cargo de Diretor de Renováveis e Rede na Hidrocantabrico com o de Diretor de Construção na NEO (EDP Renováveis).
Desde 2008 tem desenvolvido a sua atividade profissional na EDP Renováveis, atualmente como diretor técnico global e membro do Conselho de Administração de várias filiais e afiliadas do grupo EDP e EDPR em diferentes países. Desde 2020 na Ocean Winds – uma joint venture detida e criada pela EDP Renewables e Engie (50/50) para desenvolver projetos eólicos offshore –, é ainda membro do Conselho de Administração e CEO desde dezembro de 2021.

A ADENE é a agência nacional para a energia, com uma missão centrada nas pessoas e a ambição de reforçar o posicionamento de Portugal na descarbonização, é um parceiro ativo da transição energética, fortalecendo parcerias, dinamizando a política pública e estando mais próximo dos cidadãos. Com toda a energia!

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