Neste período festivo que se avizinha recordo-me do sobe e desce dos carrosséis onde dentro de um mesmo espaço existem várias emoções e experiências, desde o simples cavalo individual à cadeira rotativa para toda a família… Assim serão as casas, onde, no mesmo espaço, o progenitor pode estar a trabalhar fechado no seu escritório e a restante família a divertir-se em grupo… Enquanto nas festas populares não temos absoluta necessidade de compatibilizar estas atividades, já nas nossas casas não será assim e aí entra a certificação energética e o conforto térmico, acústico e qualidade de ar interior que por consequência daí advém! Nas visitas técnicas a habitações fomos conversando com os habitantes e algo ficou claro. Podiam trabalhar a partir de casa em alguns dias da semana e com o tempo que ganhavam, ao evitar a deslocação, poderiam fazer desporto, em parte também em casa, ir buscar filhos mais cedo, cozinhar mais, etc… Felizmente, e especialmente as casas que foram construídas ao abrigo da revolução gerada pelo sistema de certificação energética, já estão em condições de dar respostas muito positivas a esta mudança de paradigma… Numa situação inversa estão as casas com mais de 15 anos que necessitam de intervenção capaz de as colocar num nível que proporcione aos seus habitantes as mesmas possibilidades de vivência num espaço multifacetado. O Programa de Apoio a Edifícios mais Sustentáveis, operacionalizado pelo Fundo Ambiental e com o apoio técnico da ADENE, veio dar resposta a esta questão com uma adesão massiva que apontou um caminho para a reabilitação de um edificado que não estava preparado para a vivência antes da pandemia e muito menos depois. Mas mais do que uma corrida de fundo precisamos de uma maratona. Não precisamos de um carrossel de medidas avulsas mas de um plano integrado de reabilitação que poderá ser alicerçado nas medidas de melhoria presentes nos certificados energéticos e controlo da correta implementação das mesmas. Precisamos que a “bazuca” seja certeira e efetiva, pois temos uma oportunidade de melhorar as condições de vida dos portugueses melhorando a sua saúde, pois é disso que se trata. “Casas saudáveis” geram também crescimento na economia, não só na vertente das intervenções, mas também na predisposição para o trabalho que delas advém pelo conforto e qualidade de vida que proporcionam!