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3 Perguntas a... Carlos Santos

Carlos Santos

Presidente da Direção, RNAE – Associação das Agências de Energia e Ambiente Rede Nacional

06.11.2024

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min. de leitura

1. Como descreve o atual envolvimento das Agências de Energia Regionais e Municipais na ação climática local, nomeadamente através da iniciativa Pacto de Autarcas dos territórios que abrangem? Qual considera ser o seu papel futuro?

As Agências de Energia e Ambiente Regionais e Municipais desempenham um papel fundamental na implementação da ação climática local, atuando como facilitadoras técnicas e estratégicas para os municípios no âmbito do Pacto de Autarcas. Atualmente, são responsáveis ​​por apoiar a elaboração e execução dos Planos de Ação para a Energia Sustentável e Climática (PAESC), realizar Planos Municipais de Ação Climática (PMAC) e monitorização dos Planos de Mitigação e Adaptação às Alterações Climáticas, promovendo soluções locais de descarbonização e adaptação às mudanças climáticas. No futuro, esperamos que as agências intensifiquem o seu papel como impulsionadoras da transição energética justa, promovendo a inovação, a eficiência energética e o uso de energias renováveis, alinhando os territórios com as metas nacionais e europeias. Queremos ainda no futuro ter um papel ativo na dinamização dos Espaços Energia a criar sob a chancela da ADENE.

 

2. Que exemplos de metodologias, ferramentas ou outras iniciativas têm sido desenvolvidos pelas Agências de Energia Regionais e Locais para apoio às autoridades locais ao nível da ação climática?

As Agências de Energia e Ambiente adotaram metodologias como a realização  de auditorias energéticas em edifícios públicos com o objetivo de realizar intervenções que promovam a eficiência energética, realizam planos de intervenção na rede de Iluminação Pública apostando na substituição da iluminação existente por iluminação LED com Telegestão, assim como monitorização de consumos energéticos nos principais consumidores de energia, promovendo também a implementação de soluções de Auto Consumo individual, coletivo e Comunidades de Energia.

Promovem a utilização de ferramentas de apoio à decisão, como plataformas de gestão de consumos, soluções para integração de energias renováveis ​​também são frequentemente utilizadas, associadas à implementação de projetos de eficiência energética com gestão direta ou partilhada com os seus associados.

A promoção da literacia energética através de iniciativas de sensibilização pública e formação técnica para os municípios, munícipes, escolas, e outras entidades presentes no território, completam esse apoio fundamental.

As Agências de Energia e Ambiente têm o privilégio e a responsabilidade de atuar em proximidade com as comunidades com um conhecimento profundo dos seus territórios.

 

3. Como é que a RNAE – Associação das Agências de Energia e Ambiente – promove a partilha de experiências entre as agências e qual a importância destas sinergias para a ação dos municípios?

A RNAE desempenha um papel vital na promoção de sinergias entre as Agências de Energia e Ambiente, facilitando o intercâmbio de boas práticas e o desenvolvimento de redes colaborativas. Através de workshops, conferências e grupos de trabalho, a RNAE incentiva a partilha de conhecimentos e soluções inovadoras, adaptáveis ​​a diversas realidades locais. Essas sinergias são essenciais para fortalecer a capacidade dos municípios de enfrentar os desafios da transição energética, promovendo uma ação climática mais eficaz e sustentada em todo o país.

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Sobre o entrevistado

Carlos Querido dos Santos, Licenciatura em Economia.
Iniciou a sua carreira profissional na Associação de Municípios da Cova da Beira, como Diretor Financeiro, onde integrou a equipa que liderou a construção do Sistema Multimunicipal de Tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos e criação do Sistema de Recolha Seletiva, e que ao longos dos últimos anos coordenou vários projetos de investimento nas mais diversas áreas, desde o Planeamento, Eficiência Energética, Sustentabilidade Ambiental, Formação e Cooperação Transfronteiriça, entidade onde atualmente tem o cargo de Coordenador.
Paralelamente esteve envolvido no Grupo de Trabalho que procedeu à criação de várias agências de energia, nomeadamente a ENERAREA – Agência Regional de Energia e Ambiente do Interior que representa atualmente 19 municípios da região das Beiras e Serra da Estrela e Beira Baixa, entidade onde atualmente desempenha o cargo de Diretor-Geral.
Foi coordenador do Grupo de Trabalho que procedeu à constituição da Comunidade de Trabalho Beira Interior, Província de Salamanca (CT BIN SAL) e é atualmente o seu Coordenador em representação dos municípios portugueses no âmbito dos projetos de Cooperação Transfronteiriça.
Atualmente é ainda Presidente da Direção da RNAE – Associação das Agências de Energia e Ambiente Rede Nacional, desde o ano 2016.

A ADENE é a agência nacional para a energia, com uma missão centrada nas pessoas e a ambição de reforçar o posicionamento de Portugal na descarbonização, é um parceiro ativo da transição energética, fortalecendo parcerias, dinamizando a política pública e estando mais próximo dos cidadãos. Com toda a energia!

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