1. Como descreve o atual envolvimento das Agências de Energia Regionais e Municipais na ação climática local, nomeadamente através da iniciativa Pacto de Autarcas dos territórios que abrangem? Qual considera ser o seu papel futuro?
As Agências de Energia e Ambiente Regionais e Municipais desempenham um papel fundamental na implementação da ação climática local, atuando como facilitadoras técnicas e estratégicas para os municípios no âmbito do Pacto de Autarcas. Atualmente, são responsáveis por apoiar a elaboração e execução dos Planos de Ação para a Energia Sustentável e Climática (PAESC), realizar Planos Municipais de Ação Climática (PMAC) e monitorização dos Planos de Mitigação e Adaptação às Alterações Climáticas, promovendo soluções locais de descarbonização e adaptação às mudanças climáticas. No futuro, esperamos que as agências intensifiquem o seu papel como impulsionadoras da transição energética justa, promovendo a inovação, a eficiência energética e o uso de energias renováveis, alinhando os territórios com as metas nacionais e europeias. Queremos ainda no futuro ter um papel ativo na dinamização dos Espaços Energia a criar sob a chancela da ADENE.
2. Que exemplos de metodologias, ferramentas ou outras iniciativas têm sido desenvolvidos pelas Agências de Energia Regionais e Locais para apoio às autoridades locais ao nível da ação climática?
As Agências de Energia e Ambiente adotaram metodologias como a realização de auditorias energéticas em edifícios públicos com o objetivo de realizar intervenções que promovam a eficiência energética, realizam planos de intervenção na rede de Iluminação Pública apostando na substituição da iluminação existente por iluminação LED com Telegestão, assim como monitorização de consumos energéticos nos principais consumidores de energia, promovendo também a implementação de soluções de Auto Consumo individual, coletivo e Comunidades de Energia.
Promovem a utilização de ferramentas de apoio à decisão, como plataformas de gestão de consumos, soluções para integração de energias renováveis também são frequentemente utilizadas, associadas à implementação de projetos de eficiência energética com gestão direta ou partilhada com os seus associados.
A promoção da literacia energética através de iniciativas de sensibilização pública e formação técnica para os municípios, munícipes, escolas, e outras entidades presentes no território, completam esse apoio fundamental.
As Agências de Energia e Ambiente têm o privilégio e a responsabilidade de atuar em proximidade com as comunidades com um conhecimento profundo dos seus territórios.
3. Como é que a RNAE – Associação das Agências de Energia e Ambiente – promove a partilha de experiências entre as agências e qual a importância destas sinergias para a ação dos municípios?
A RNAE desempenha um papel vital na promoção de sinergias entre as Agências de Energia e Ambiente, facilitando o intercâmbio de boas práticas e o desenvolvimento de redes colaborativas. Através de workshops, conferências e grupos de trabalho, a RNAE incentiva a partilha de conhecimentos e soluções inovadoras, adaptáveis a diversas realidades locais. Essas sinergias são essenciais para fortalecer a capacidade dos municípios de enfrentar os desafios da transição energética, promovendo uma ação climática mais eficaz e sustentada em todo o país.