O Energia em Números é uma publicação anual do Observatório da Energia da ADENE – Agência para a Energia e da Direção Geral de Energia que reúne os grandes números do setor energético em Portugal.
Nesta sua 6.ª edição, são divulgados os principais dados e indicadores energéticos referentes a 2022 e ainda, quando disponíveis, os de 2023 sendo comparados os dados mais recentes com os registados há uma década.
O anuário é um importante instrumento de monitorização das políticas públicas do setor energético nacional, mas também, e não menos relevante, um promotor da literacia energética.
Não é simples evidenciar dados ou indicadores energéticos provenientes de uma publicação com tão vasta informação estatística, como sejam as áreas temáticas relativas aos Indicadores Energéticos, Balanço Energético, Fatura Energética, Produção Doméstica e Transformação, Consumo, Preços, Mercados de Eletricidade e Gás Natural e Eficiência Energética.
Contudo, merecem ser destacados alguns dos principais dados e indicadores energéticos.
Relativamente ao ano de 2022:
- Portugal está menos dependente do exterior. Em 2012 apresentava uma dependência energética de 79,4% e em 2022 esse valor situou-se nos 71,2%. No entanto, de 2021 para 2022, Portugal agravou a sua dependência energética em cerca de 4,1 pontos percentuais (p.p.). Um dos principais objetivos da política energética nacional é a redução dessa dependência para 65% em 2030, conforme estabelecido no Plano Nacional Energia Clima 2030 (PNEC 2030).
- Na União Europeia, Portugal foi o 12.º país com a maior dependência energética, com 8,8 p.p. acima da média UE-27 que foi de 62,5%.
- O Consumo de Energia Primária (CEP) sem usos não-energéticos foi de 21 Mtep, um aumento de 7,1% relativamente ao ano 2021. Dada a nova meta revista e fixada para 21 Mtep no PNEC 2030, o valor calculado encontra-se em linha com o objetivo para 2030.
- A quota das energias renováveis na eletricidade aumentou para 61,0%, mais 2,6 p.p. relativamente a 2021 e mais 13,5 p.p. em relação a 2012; a revisão do PNEC estabeleceu a meta de 85%, para 2030.
- A intensidade energética da economia em energia primária situou-se em 101 tep/M€2016 (-3,8% em relação a 2021 e -15,1% relativamente a 2012), enquanto a intensidade energética da economia em energia final foi de 78 tep/M€2016 (-4,9% em relação a 2021 e -10,3% face a 2012). Por outro lado, a intensidade energética da economia em eletricidade situou-se em 234 MWh/M€2016 (-4,1%, em relação a 2021 e -10,7% relativamente a 2012). Sendo a intensidade energética um indicador da eficiência energética, Portugal encontra-se energeticamente mais eficiente, pois consome menos energia para o mesmo valor de riqueza criada. Comparando com os países da UE-27, verifica-se que Portugal foi o 14.º país com menor intensidade energética da economia em energia primária, cerca de 5,7 % acima da média da UE-27.
- O setor dos transportes mantém-se como principal consumidor de energia, representando 35,4% do consumo total de energia final. No ano anterior representava 34,1% e em 2012, 35,6%.
O que revelou o ano 2023:
- O saldo importador (importações VS exportações) de produtos energéticos em valor monetário foi de 6,8 mil milhões de euros, o que representou, relativamente a 2022, uma diminuição de 41,9%. Em relação a 2013, aumentou em cerca de 9,3% (análise baseada em preços correntes dos respetivos anos);
- Entre 2012 e 2023, a potência instalada para produção de energia elétrica cresceu cerca de 5,5%. No mesmo período, a potência instalada das centrais de produção de eletricidade a partir de fontes renováveis aumentou 69,5%, e a potência instalada das centrais de produção de eletricidade a partir de fontes não renováveis diminuiu cerca de 28,1%.
Durante este período, destaca-se o forte incremento do solar fotovoltaico, sendo esta a tecnologia que mais cresceu, atingindo o valor de 3,9 GW, valor 16 vezes superior ao instalado em 2012.
Para esta tecnologia, a revisão do PNEC 2030 estabeleceu a meta de 13,2 GW de potência instalada, do qual 8,9 GW centralizado e 4,3 GW descentralizado.
Estes são alguns dos destaques que revelamos do Energia em Números 2024. Para conhecer melhor estes e outros indicadores que constam desta última edição, consulte aqui a publicação completa.